quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Retrato (falado)


Bem , se as imagens valem por milhares de palavras, talvez me caiba apenas dizer que não vou dizer nada.
Apenas olhem esta paisagem diante da qual decidi interferir com minha imagem. A imagem do meu retrato o qual, se continuar a escrever, ameaça tornar-se um retrato falado.Por isto, me interrompo. Vou apenas acrescentar, sem mais palavras, nem mesmo meias palavras, que o cenário ao fundo é Punta del Este.

MP3

Às vezes quando penso
Que o mundo te esqueci
Recebo de tão longe
Como se fosse do outro lado
Do mundo
Os emails de ti

E não quero mais escrever
Prá quem até sofri
Todos os anos do mês
Todas as semanas do dia
Vou sair por aí
Por ruas que ainda não vi
Ver se me inspiro
A ouvir poesias
que gravo no MP3

Este que anda aí

Me fui
Este que anda aí
Não sou eu
Se parece comigo
Diz ter o meu nome
Tem a chave de minha casa
E usa as minhas coisas
Usa até minha escova de dentes
E meus objetos pessoais
Mas se trata apenas de alguém
Que roubou minha identidade
De um farsante
Que diz ser eu
Mas não mais sou
Mas deixa ficar assim
Afinal quem iria ocupar
O meu lugar
o lugar de alguém que já se foi
e já partiu
Sem que os amigos soubessem
Sem que desconfiasse a mulher ?
Alguém que já partiu
E nem ele se deu con
ta

Não queria dormir

Não queria dormir
Medo de se dormir
Não acordar mais aqui
Nem aqui
Nem em outro lugar
Acordar por aí
Sem bem saber como ir
Nem como voltar

Não queria dormir
Queria ficar acordado
Ouvindo o som do mar
Batendo do meu lado
Queria poder caminhar
Dentro da noite até
de repente chegar
Na porta da tua casa
E só dizer te ouvir:
- Pode entrar

PRBaptista

Sou eu! Bem, pelo menos, penso que sou. A escrever ( sempre a escrever) sobre coisas que já aconteceram, estão acontecendo, vão acontecer ou, o que é mais provável, não vão acontecer jamais.
Mas, pelo menos, alguém terá escrito sobre elas.

O Tempo

Que o tempo passaria
sabia-se que assim seria
e com ele levaria a pedra
e levaria o vento

Que dizer então
das pobres lembranças
dos pobres retratos
e da carne insignficante
que virariam pó?

Qual a surpresa então
de me esqueceres
se o amor é o que primeiro
o tempo levaria
sem qualquer dó?

10/12/2007

Reflexões Iniciais

Tenho muitos sites, muitos blogs, muito tudo, não consigo dar conta.
A Sueto até que ajuda com seu blog ( http://www.gatasueto.blogspot.com/ ) , mas é muito "deitada".
Literalmente, porque fica 2/3 do dia na sua caminha.
O terço restante, dorme ou dá umas voltinhas atrás da gente para ficar junto ou porque quer comer ...
O risco dos blogs é que acabarem virando diários.
Diários que, muitos deles, ninguém lê.
Então me parece que há nisto uma contradição.
Primeiro porque diários não seriam, a princípio, para serem tornados públicos.
Mas, se o são, supõe-se que seja porque esta é a vontade.
Em não havendo, contudo, a leitura esperada tem-se a dupla decepção de se ter revelado
e tirado da intimidade coisas até pessoais e, por outro lado, isto não ter atraído nenhum leitor.
Enfim, reflexões sobre os blogs que apesar de tudo, confesso, têm me atraído.